Esses são alguns dos autores que entrarão em domínio público a partir de janeiro de 2011:
Isaac Babel
Walter Benjamin
John Buchan
Mikhail Bulgakov
F. Scott Fitzgerald
Emma Goldman
Paul Klee
Selma Lagerlof
Leon Trotsky
Vito Volterra
Nathanael West
Para ver a lista completa, inclusive com autores que entraram em domínio público no decorrer de 2010, clique aqui.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Prêmio Barco a Vapor 2011
As inscrições do Prêmio Barco a Vapor de literatura infanto-juvenil terminam em 30 de dezembro. Esta é a sétima edição do prêmio e mais uma grande oportunidade para os autores demonstrarem o seu potencial.
A sexta edição teve mais de 800 trabalhos inscritos e contemplou trinta mil reais em adiantamento de direitos autorais ao vencedor. Neste ano não será diferente.
O gráfico com o regulamento está postado, mas caso não consigam visualizá-lo, cliquem no link das Edições SM.
A sexta edição teve mais de 800 trabalhos inscritos e contemplou trinta mil reais em adiantamento de direitos autorais ao vencedor. Neste ano não será diferente.
O gráfico com o regulamento está postado, mas caso não consigam visualizá-lo, cliquem no link das Edições SM.
MinC investe R$ 300 milhões em novos fundos setoriais
PublishNews - 21/10/2010 - Redação
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, assinou ontem (20), em Brasília, o Plano de Trabalho do Fundo Nacional da Cultura. Com a assinatura e o anúncio de 15 editais, o Ministério da Cultura (MinC) dá a largada para definir a aplicação de R$ 300 milhões nos oito novos fundos setoriais, até o final de novembro. Os atuais 15 editais receberão, juntos, R$ 87 milhões. Ações viabilizadas por convênios terão R$ 63,93 milhões e outros R$ 30,78 milhões serão usados para financiar bolsas. Até o final de novembro 22 novos editais participantes do programa Procultura vão contar com R$ 118,99 milhões. A distribuição desses recursos foi decidida pela Comissão do FNC após a apresentação das diretrizes e ações aos Comitês Técnicos dos oitos setores. Cada comitê é integrado por 10 representantes da sociedade civil e oito do Sistema MinC.
Pela primeira vez, o Ministério da Cultura irá aplicar recursos para fortalecer o patrimônio financeiro de instituições culturais sem fins lucrativos da sociedade civil. O Prêmio José Mindlin para a gestão sustentável de instituições culturais tem como objetivo modernizar e ampliar atividades de curto e médio prazo dessas entidades e, ao mesmo tempo, possibilitar a elas a constituição de fundos que garantam a continuidade e a regularidade de suas programações. Neste primeiro momento, o montante destinado pelo Fundo Procultura de Ações Transversais e de Equalização de Políticas Culturais é de R$ 23,4 milhões.
Partilha
Dos R$ 300 milhões que comporão o total dos fundos, o fundo setorial que vai contar com maior investimento será o de Circo, Dança e Teatro, com R$ 66,88 milhões. Já o de Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais, que reúne projetos incluídos em mais de uma área de atividade cultural, contará com R$ 64,6 milhões.
O fundo setorial de Patrimônio e Memória vai concentrar R$ 33,39 milhões, enquanto o de Artes Visuais ficará com R$ 31,5 milhões, seguido pelo de Música, com R$ 30,44 milhões.
O de Audiovisual e o do Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa terão R$ 30 milhões cada, e o de Acesso e Diversidade receberá R$ 13,9 milhões.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, assinou ontem (20), em Brasília, o Plano de Trabalho do Fundo Nacional da Cultura. Com a assinatura e o anúncio de 15 editais, o Ministério da Cultura (MinC) dá a largada para definir a aplicação de R$ 300 milhões nos oito novos fundos setoriais, até o final de novembro. Os atuais 15 editais receberão, juntos, R$ 87 milhões. Ações viabilizadas por convênios terão R$ 63,93 milhões e outros R$ 30,78 milhões serão usados para financiar bolsas. Até o final de novembro 22 novos editais participantes do programa Procultura vão contar com R$ 118,99 milhões. A distribuição desses recursos foi decidida pela Comissão do FNC após a apresentação das diretrizes e ações aos Comitês Técnicos dos oitos setores. Cada comitê é integrado por 10 representantes da sociedade civil e oito do Sistema MinC.
Pela primeira vez, o Ministério da Cultura irá aplicar recursos para fortalecer o patrimônio financeiro de instituições culturais sem fins lucrativos da sociedade civil. O Prêmio José Mindlin para a gestão sustentável de instituições culturais tem como objetivo modernizar e ampliar atividades de curto e médio prazo dessas entidades e, ao mesmo tempo, possibilitar a elas a constituição de fundos que garantam a continuidade e a regularidade de suas programações. Neste primeiro momento, o montante destinado pelo Fundo Procultura de Ações Transversais e de Equalização de Políticas Culturais é de R$ 23,4 milhões.
Partilha
Dos R$ 300 milhões que comporão o total dos fundos, o fundo setorial que vai contar com maior investimento será o de Circo, Dança e Teatro, com R$ 66,88 milhões. Já o de Ações Transversais e Equalização de Políticas Culturais, que reúne projetos incluídos em mais de uma área de atividade cultural, contará com R$ 64,6 milhões.
O fundo setorial de Patrimônio e Memória vai concentrar R$ 33,39 milhões, enquanto o de Artes Visuais ficará com R$ 31,5 milhões, seguido pelo de Música, com R$ 30,44 milhões.
O de Audiovisual e o do Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa terão R$ 30 milhões cada, e o de Acesso e Diversidade receberá R$ 13,9 milhões.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Analisando os programas de publicação
Marisa Moura analisa como as novas formas de publicar e de ler estão afetando os profissionais do mercado editorial e os autores.
O quadro editorial é “mais ou menos” esse:
1. Autores despontando ou disputando entre a seleção de agentes e editores
2. Coachs e tradutores apostando todas suas fichas em alguns projetos e obras
3. Agentes prospectando obras e talentos que atendam editores e leitores
4. Editores selecionando de maneira cuidadosa títulos que ganhem espaço nas livrarias, nas listas de mais vendidos e nas seções culturais da mídia
5. Distribuidores contribuindo para atender as necessidades da editora, das livrarias e do leitor
6. Divulgadores trocando ideias com professores e coordenadores nas instituições de ensino
7. Livrarias procurando um equilíbrio entre estoque e suas listas de mais vendidos
8. Imprensa cobrindo talentos, descobrindo furos e “explicando” os sucessos editoriais
9. Leitores ora garimpando interesses, ora lendo os indicados ou presenteados, ora apenas seguindo “ordens” de formadores de opinião
Nessa engrenagem, alguns elementos aparecem como “inovadores”, por exemplo: a maioria dos autores precisa publicar por meio dos serviços de uma agência ou editora? A resposta é simplesmente: não. Mas é não, hoje, porque a indústria editorial oferece a impressão sobre demanda e o livro digital.
A convivência virtual simplifica e diversifica o trabalho de agentes, coachs, tradutores e equipe editoriais. Quase seguindo o ritmo de “tudo ao mesmo tempo agora”, esses profissionais estão cada vez mais envolvidos nos movimentos das informações, comportamentos e tendências que circulando pelos ponto com da rede. Rotina que altera todas as decisões que devem ser tomadas.
As “novas” necessidades dos departamentos comerciais das editoras, todos os dias, atualizam a administração e organização dos distribuidores e divulgadores dos títulos. Principalmente, devido à variedade de pontos de vendas e das formas de comprar livros. O inverso também acontece. Muito do conhecimento, adquirido na distribuição e divulgação, volta para mesa do editor como provável livro ou coleção a ser planejada e desenvolvida. Tanto de um lado como de outro, a presença do plano de marketing que aproxime autor e obra do seu leitor, agora, torna-se essencial.
Livreiros, muitas vezes, são “mentores” do que se deseja ler. Por lado, precisam constantemente procurar espaço físico para oferta e procura dos livros. Uma determinada obra que falta na prateleira, num dado momento, causa problemas ou leva o leitor a outros pontos de venda. A internet, a encomenda, o formato digital estão incitando mudanças nessa rotina.
A mídia impressa perdeu sua soberania: blogs, twitter, facebook e outras redes sociais na internet acabam gerando novos sucessos de vendas, que muitas vezes nem entram nas listas de mais vendidos e nem passam pelo tradicional ponto de venda: a livraria. Também, não podemos deixar de mencionar eventos de livros como as feiras, bienais, festas literárias etc., que contribuem muito para carreira dos autores e nas vendas de suas obras. Estamos falando de números que permitem autores comprarem imóveis, trocarem de carro, viajarem para o exterior sempre etc.
Se o livro é feito para públicos determinados tais como médicos, universitários, crianças e outros, a vendagem dessas obras nem chega a chamar atenção dos meios normais da engrenagem relacionada acima, mas é muito apreciada financeiramente na caminhada da gráfica ao leitor.
Estamos todos, agora, envolvidos nas atividades do maior evento da área: Frankfurt Book Fair. Quase a totalidade de profissionais do mercado editorial do mundo está trocando experiências, comprando e vendendo direitos para publicação, cinema, TV e muito mais. Sairão de lá, agora em outubro, todas as novidades que, de uma forma ou de outra, vão rodar vários países no próximo ano. Todavia, este ano não serão mais livros impressos apenas... O novo formato digital ou as necessidades da linguagem transmidia são a pauta da vez ou grande leilão da feira (palavra escrita e falada, imagem fixa e em movimento, relações por links a temas semelhantes etc.).
Depois da Frankfurt Book Fair de 2010, os votos dos investidores em direitos autorais terão inúmeras urnas para acompanhar a ebulição de novas plataformas de publicação.
Para a PublishNews em 05/10/2010
O quadro editorial é “mais ou menos” esse:
1. Autores despontando ou disputando entre a seleção de agentes e editores
2. Coachs e tradutores apostando todas suas fichas em alguns projetos e obras
3. Agentes prospectando obras e talentos que atendam editores e leitores
4. Editores selecionando de maneira cuidadosa títulos que ganhem espaço nas livrarias, nas listas de mais vendidos e nas seções culturais da mídia
5. Distribuidores contribuindo para atender as necessidades da editora, das livrarias e do leitor
6. Divulgadores trocando ideias com professores e coordenadores nas instituições de ensino
7. Livrarias procurando um equilíbrio entre estoque e suas listas de mais vendidos
8. Imprensa cobrindo talentos, descobrindo furos e “explicando” os sucessos editoriais
9. Leitores ora garimpando interesses, ora lendo os indicados ou presenteados, ora apenas seguindo “ordens” de formadores de opinião
Nessa engrenagem, alguns elementos aparecem como “inovadores”, por exemplo: a maioria dos autores precisa publicar por meio dos serviços de uma agência ou editora? A resposta é simplesmente: não. Mas é não, hoje, porque a indústria editorial oferece a impressão sobre demanda e o livro digital.
A convivência virtual simplifica e diversifica o trabalho de agentes, coachs, tradutores e equipe editoriais. Quase seguindo o ritmo de “tudo ao mesmo tempo agora”, esses profissionais estão cada vez mais envolvidos nos movimentos das informações, comportamentos e tendências que circulando pelos ponto com da rede. Rotina que altera todas as decisões que devem ser tomadas.
As “novas” necessidades dos departamentos comerciais das editoras, todos os dias, atualizam a administração e organização dos distribuidores e divulgadores dos títulos. Principalmente, devido à variedade de pontos de vendas e das formas de comprar livros. O inverso também acontece. Muito do conhecimento, adquirido na distribuição e divulgação, volta para mesa do editor como provável livro ou coleção a ser planejada e desenvolvida. Tanto de um lado como de outro, a presença do plano de marketing que aproxime autor e obra do seu leitor, agora, torna-se essencial.
Livreiros, muitas vezes, são “mentores” do que se deseja ler. Por lado, precisam constantemente procurar espaço físico para oferta e procura dos livros. Uma determinada obra que falta na prateleira, num dado momento, causa problemas ou leva o leitor a outros pontos de venda. A internet, a encomenda, o formato digital estão incitando mudanças nessa rotina.
A mídia impressa perdeu sua soberania: blogs, twitter, facebook e outras redes sociais na internet acabam gerando novos sucessos de vendas, que muitas vezes nem entram nas listas de mais vendidos e nem passam pelo tradicional ponto de venda: a livraria. Também, não podemos deixar de mencionar eventos de livros como as feiras, bienais, festas literárias etc., que contribuem muito para carreira dos autores e nas vendas de suas obras. Estamos falando de números que permitem autores comprarem imóveis, trocarem de carro, viajarem para o exterior sempre etc.
Se o livro é feito para públicos determinados tais como médicos, universitários, crianças e outros, a vendagem dessas obras nem chega a chamar atenção dos meios normais da engrenagem relacionada acima, mas é muito apreciada financeiramente na caminhada da gráfica ao leitor.
Estamos todos, agora, envolvidos nas atividades do maior evento da área: Frankfurt Book Fair. Quase a totalidade de profissionais do mercado editorial do mundo está trocando experiências, comprando e vendendo direitos para publicação, cinema, TV e muito mais. Sairão de lá, agora em outubro, todas as novidades que, de uma forma ou de outra, vão rodar vários países no próximo ano. Todavia, este ano não serão mais livros impressos apenas... O novo formato digital ou as necessidades da linguagem transmidia são a pauta da vez ou grande leilão da feira (palavra escrita e falada, imagem fixa e em movimento, relações por links a temas semelhantes etc.).
Depois da Frankfurt Book Fair de 2010, os votos dos investidores em direitos autorais terão inúmeras urnas para acompanhar a ebulição de novas plataformas de publicação.
Para a PublishNews em 05/10/2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Brasil é tema de café da manhã em Frankfurt
PublishNews - 01/10/2010 - Maria Fernanda Rodrigues
O dinamismo do mercado editorial brasileiro levou a Feira de Frankfurt a organizar um café da manhã de negócios para contar a editores estrangeiros um pouco do que anda acontecendo aqui. No dia 6 de outubro, às 9h15, Ceciliany Alves (FTD), Miriam Gabbai (Callis), Ricardo Costa (PublishNews) e Ana Paula Hisayama (Companhia das Letras) falam sobre literatura infanto-juvenil, didáticos, direitos autorais entre outros temas.
Miriam, por exemplo, vai contar sobre sua experiência com a espanhola Kalandraka e mostrar como esses acordos binacionais podem ser feitos. Resultados de encontros como esse não são mensuráveis quantitativamente. “Só precisa de um bom contato para que tenha valido a pena”, comenta.Miriam é uma dessas editoras que estão sempre de olho nas novidades e vai a todas as feiras que consegue. A Callis, por exemplo, era a única editora brasileira com estande em Tóquio neste ano. Nessas andanças, percebeu que o interesse do editor estrangeiro pelo Brasil mudou. “Percebo mais propostas e vejo que sabem mais sobre o país. O Brasil se tornou para eles um mercado potencial principalmente pelo tamanho da nossa população”, ressalta.
Em Frankfurt, ela quer mais vender do que comprar. “Tenho alguns encontros de compra, mas 90% deles são de tentativa de venda”, disse.
Inscrições devem ser feitas por e-mail. A organização é da Feira de Frankfurt com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Seminário discute self-publishing
O atual modelo tradicional de publicação foi alvo de críticas no evento realizado no Rio de Janeiro
A edição carioca do 1º Ciclo de Palestras sobre os Futuros do Livro, organizado pela Singular, braço digital do grupo Ediouro, aconteceu ontem (28), na Casa do Saber da capital fluminense. Ali, próximo à bela lagoa Rodrigo de Freitas, um grupo de 60 convidados ouviu as palestras do editor americano Mark Coker, da Smashwords, e de Luis Iglesias, executivo brasileiro da Hewlett-Packard. No final, uma mesa-redonda com Roberto Cassano (Agência Frog) e Ricardo Neves, autor de Ruptura, uma obra self-published. Os destaques ficaram para as falas de Coker e Neves. Ambos foram críticos ao modelo atual da indústria editorial de forte controle do que é ou não publicado, e defenderam o self-publishing – publicação independente pelo próprio autor – como uma alternativa importante para a democratização do acesso à publicação.PublishNews - 29/09/2010 - Carlo Carrenho
"Acho que o modelo em que os editores decidem o que os leitores devem ler é errado", afirmou Mark Coker, presidente da Smashwords, empresa norte-americana de self-publishing digital. Ele reconheceu, no entanto, a importância do editor, mas acha que as editoras estão cada vez se comportando menos como editoras. “Ao tentar minimizar os riscos, as editoras estão publicando menos, com preços mais caros e, no caso do livro digital, utilizando DRM”, afirmou. E na visão de Coker isto faz com as editoras sejam menos amigáveis aos leitores e se afastem de seu papel original. O editor da Califórnia considera isto perigoso e reconhece a importância dos editores. “Quando os editores começam a agir cada vez menos como editores, os autores começam a se perguntar porque precisam deles”.
Durante a mesa-redonda, foi o consultor Ricardo Neves quem teceu duras críticas aos editores. Com livros publicados pela Campus, Ediouro e Senac Rio, Neves decidiu lançar sua mais recente obra, Ruptura, por conta própria. "Não existe a promoção do autor nacional. O editor brasileiro quer ir para Frankfurt e encontrar o bilhete premiado", afirmou o consultor, reclamando do trabalho das editoras brasileiras. “Falta às editoras a ousadia de fazer diferente”, complementou. Ao final de sua fala, questionado se sua crítica era ao momento editorial ou às editoras como um todo, explicou: "Minha colocação não foi algo ressentido contra as editoras. É minha forma apaixonada de falar.". O livro Ruptura está sendo lançado este mês. Resta acompanhar como será seu desempenho quando comparado aos demais livros do autor.
Para Newton Neto, diretor da Singular, o self-publishing representa uma oportunidade e não uma ameaça às editoras tradicionais. “Com um projeto paralelo de self-publishing, as editoras não precisam dizer não a nenhum autor.”
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terça-feira, 31 de agosto de 2010
Propostas de mudanças ameaçam o mercado editorial local e abrem um perigoso precedente
Direitos autorais: International Publishing Association volta os olhos para o Brasil
PublishNews - 31/08/2010 - Jens Bammel, especial para o PublishNews
PublishNews - 31/08/2010 - Jens Bammel, especial para o PublishNews
Mudanças nas leis de direitos autorais são normalmente uma coisa boa: governos implementam os mais recentes tratados internacionais, como o Tratado Internacional da WIPO (World Intellectual Property Organization), ou atualizam suas leis para abranger novas tecnologias ou tentam resolver problemas práticos à medida que eles surgem.
Quando (no dia em que a Copa do Mundo começou) o Ministro da Cultura do Brasil propôs mudanças na lei de direitos autorais, a intenção pareceu outra: o acordo sobre a Internet da WIPO foi quase totalmente ignorado, mudanças tecnológicas foram apenas parcialmente tratadas e os editores não foram consultados sobre preocupações existentes ou problemas com a velha lei de direitos autorais.
Em vez disso, a lei brasileira tomou uma linha definitivamente mais ideológica: amplas exceções aos direitos autorais, inclusão sorrateira de novas práticas para uso livre, uma organização dos direitos autorais extremamente enfraquecida e restrita e uma agressiva licença compulsória são evidências da imagem negativa que o governo tem dos autores, editores e do conceito de propriedade intelectual.
A impressão é de que o governo vê os consumidores e os proprietários de direitos em luta e quer ficar do lado dos consumidores. Apesar de alguns ativistas da internet também verem o mundo dessa forma, a realidade é muito mais complexa e muito mais positiva:
O ambiente digital precisa de direitos autorais rígidos. Determinados serviços que são gratuitos para usuários contam com patrocínio de terceiros e, portanto, precisam de forte proteção de direitos autorais contra o uso não autorizado seja para o uso comercial ou não. Por exemplo, todos nós podemos ter acesso ao Google Maps, a menos que comecemos a re-usar esses mapas de uma maneira que Google não autorize.
Exceções nos direitos autorais, em particular naqueles casos em que não há espaço para compensação para os detentores dos direitos, ou negociação entre detentores e consumidores, são instrumentos grosseiros e inflexíveis que não resolvem sozinhos os problemas de acesso. A grande colaboração no Brasil entre organizações que representam deficientes visuais e editores está em fornecer esse tipo de acesso, o que uma exceção mal redigida nunca fornecerá às pessoas com deficiência, e nunca poderá fornecer, porque tem muito mais coisa envolvida em acessar do que apenas o direito de copiar.
Consumidores querem conteúdos baratos, mas eles também querem qualidade, querem diversidade e querem conteúdo adaptado às suas necessidades. A internet está cheia de conteúdo gratuito para escolas, mas não é feito para e nem é adaptado para as necessidades brasileiras. O papel dos editores de livros educacionais em fornecer conteúdo educacional mais profundo, divertido, inovador e, principalmente, eficaz, é, muitas vezes, mal compreendido. Nessa área o trabalho do editor é muito valioso para sociedade, requer grandes habilidades e conhecimento, e pode fazer uma grande diferença, particularmente onde os professores têm baixa qualificação. Um bom livro escolar permite que um professor comum atinja grandes resultados. Embora escolas precisem fazer algumas cópias, a nova lei permite a indiscriminada substituição de livros adquiridos das editoras por fotocópias, sem nenhuma compensação pelos direitos autorais e nenhum mecanismo para uma negociação justa entre escolas e os detentores dos direitos autorais.
O último exemplo mostra que os autores da proposta fariam bem em conversar e, ainda mais importante: em ouvir, os editores brasileiros. Nessa conversa eles aprenderiam sobre modelo de negócios, os investimentos necessários para bons livros didáticos, o valor da competição nesse importante setor e como editoras, de diversas maneiras, contribuem para a qualidade da educação. Por exemplo: quem poderia pensar que são os representantes das editoras que têm o papel mais importante em ensinar os professores sobre mudanças nos currículos e em ajudá-los a alcançar os objetivos educacionais?
Finalmente, há o interesse público em termos uma próspera cultura de livros. Pesquisa internacional mostra que em lares com 25 livros ou mais, crianças em idade escolar frequentam a escola dois anos mais do que as de casas sem livros. Livros bons e divertidos são fatores importantes na alfabetização, e leitores literários têm mostrado que são cidadãos mais ativos política, social e economicamente. A economia de conhecimento precisa de leitores e, portanto, de uma cultura do livro viva.
Qualquer Ministério de Cultura de qualquer lugar do mundo sabe e entende que cultura não é luxo. Diversidade bibliotecária, assim como ar puro e água, são bens públicos e o governo deve ajudar na manutenção deles - não no interesse dos editores mas no interesse dos consumidores. A International Publishers Association (IPA) e seus membros esperam que a proposta atual possa ser melhorada, com um diálogo com os titulares dos direitos autorais.
Jens Bammel é secretário-geral da International Publishing Association.
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