Folha de São Paulo, 02 de maio de 2010
Embora nem entidades de classe nem empresas do setor divulguem dados oficiais sobre faturamento e número de livros vendidos por editora, não há dúvida no mundo livreiro de que, por um ou outro critério, a Sextante e a Intrínseca estão entre as maiores do país.
Integram também a lista os grupos Record, Ediouro e Objetiva (conglomerados de editoras ou selos) e a Companhia das Letras. A estimativa se refere à categoria "obras gerais" -excluindo publicações didáticas, técnicas e religiosas.
Na ausência de estatística oficial, as listas de livros mais vendidos são um termômetro possível para medir a força de cada empresa. A reportagem tabulou as editoras que mais apareceram no ranking publicado aos sábados no caderno Ilustrada, da Folha, nos últimos nove meses.
A Sextante lidera, com 199 títulos na lista durante o período. Em seguida vêm Intrínseca (165), Ediouro (105), Objetiva (92), Planeta (89) e Record (79). A lista da Ilustrada é feita com base na soma do número de exemplares (de ficção, não ficção, autoajuda e negócios) vendidos a cada semana nas principais livrarias do país.
Editores e livreiros avaliam que os principais grupos faturem de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões por ano. Ainda que não alcancem essa cifra, é possível que Sextante e Intrínseca sejam mais rentáveis e eficientes, pois têm catálogos e estruturas bem menores.
Tome-se o caso dos grupos mais tradicionais: o Record, 68 anos, reúne 12 editoras e tem 7.000 títulos em catálogo; o Ediouro, 71 anos, tem sete selos e cerca de 7.000 títulos.
Das entidades do setor, a ANL (Associação Nacional de Livrarias) foi a única que se dispôs a apontar quais editoras mais vendem, mas sem dar cifras e as listando por ordem alfabética: Companhia das Letras, Objetiva, Planeta, Record, Sextante e Martins Fontes.
Os números gerais mais recentes do mercado, referentes a 2008 e divulgados no ano passado, são de uma pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), segundo a qual foram vendidos 211,5 milhões de livros no Brasil (em todos os segmentos), com faturamento de R$ 2,43 bilhões.
(FABIO VICTOR E JEAN CANUTO)
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