domingo, 8 de agosto de 2010

O balanço oficial da Flip 2010

Lívia Brandão, de Paraty para O Globo

Com um orçamento maior que o do ano passado, a Flip 2010 atraiu menos público. Em coletiva de imprensa realizada no começo da tarde deste domingo, a produção do evento estimou que entre 15 mil e 20 mil pessoas participaram da festa literária, número que chegou a 25 mil no ano anterior. Segundo Mauro Munhoz, diretor geral da Flip, o adiamento para agosto em função da Copa do Mundo e a comemoração do Dia dos Pais, neste domingo, teriam afastado possíveis visitantes. A previsão é de que em 2011 a Flip volte a ser realizada no começo de julho ou mesmo no fim de junho - sobre convidados almejados e o possível homenageado da próxima edição nada foi dito.


A festa, que começou na última quarta-feira e se encerra hoje, mobilizou oficialmente 147 autores, 21 deles estrangeiros e captou um total de R$ 6,3 milhões, R$ 1,3 deles provenientes do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 2009, a Flip dispôs de R$ 5,9 milhões.

- A programação superou expectativas, desde o começo sabíamos que Gilberto Freyre era um homenageado polêmico e isso suscitou discussões de alto nível - avalia Flávio Moura, diretor de programação da Flip, que considerou "antológica" a participação do poeta Ferreira Gullar, convocado de última hora para substituir o escritor italiano Antônio Tabucchi.

Moura também exaltou a ilustre presença de Robert Crumb, um dos nomes mais aguardados, que dividiu opiniões.

- A presença do Crumb em Paraty foi além do que foi dito na mesa da qual ele participou. Foi muito importante tê-lo passeando pelas ruas da cidade.

Sobre a desistência de Lou Reed em participar da Flip, Moura desdenhou.

- Diante de todos os acontecimentos e discussões das mesas, a ausência do Lou Reed não foi sentida.

Para a editora inglesa Liz Calder, presidente da Flip, cada vez mais a festa ajuda a literatura brasileira a ganhar reconhecimento no exterior.

- Colum McCann e Lionel Shriver elogiaram muito a festa, a cidade. Ian McEwan só fala disso há sete anos. O resultado é muito positivo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O incerto caminho até a publicação

Raquel Cozer - O Estado de S. Paulo


Anos atrás, o editor Paulo Roberto Pires presenciou uma inflamada discussão acerca do excesso de autores estreantes que as grandes editoras andariam colocando no mercado. Ele sabia que, a qualquer momento, um dos críticos poderia apontá-lo entre os culpados pelo que seria "falta de parcimônia" editorial. Como jornalista cultural, depois um dos organizadores da primeira Flip (2003) e, por fim, editor em duas das maiores casas publicadoras do País, a Planeta e a Ediouro, ele apresentou a um público mais abrangente alguns dos principais nomes da Geração 00, como João Paulo Cuenca, Joca Reiners Terron e Santiago Nazarian.
Pires não considera isso negativo. "Se um escritor é bom ou ruim, o tempo é quem diz. Era preciso sacudir o mercado naquele momento em que era enorme a diferença entre o que se editava e o que se via de interessante na internet." O fato é que atitudes como a dele ajudaram a estimular a aceitação a novos autores. "A internet alterou o perfil do lançamento de um estreante", avalia Vivian Wyler, gerente editorial da Rocco. "Está mais fácil ser autor agora do que quando quem badalava sua obra era visto com desconfiança, como se não tivesse a pátina correta de eruditismo. Hoje, ninguém vai criticar quem quer estar onde os leitores estão. As feiras literárias estão aí para provar."


A exposição só não alterou o fato de que a publicação por uma grande editora marca, em geral, o momento em que tudo muda na trajetória de quem quer viver de literatura - ou se tornar uma pessoa jurídica, como diz Cristovão Tezza, que pôde parar de dar aulas e viver apenas em razão de seus livros desde que O Filho Eterno, publicado pela Record, abocanhou quase todos os prêmios literários de 2008. "É importante a recepção que o livro tem quando vem de uma grande. As pessoas olham diferente para um livro da Companhia das Letras, por exemplo", diz Antonio Prata, que ingressou nesse olimpo literário em 2003, com As Pernas da Tia Coralina, publicado pela Objetiva.

O Sabático resolveu saber dos próprios autores qual o impacto de uma grande editora em sua carreira, como foi o caminho até ela e como se sentem a respeito numa época em que, cada vez mais, surgem boas casas de pequeno ou médio porte no País - como a 34, a Iluminuras e a Ateliê Editorial, só para ficar em três exemplos. Numa espécie de pesquisa informal, enviamos pequenos questionários a quase 70 escritores de todas as idades, dos quais 60 aceitaram participar. As questões foram feitas em cima do primeiro título lançado com distribuição nacional e grande alcance de divulgação. E que, na maior parte dos casos, não foi o primeiro que tiveram editado - Lya Luft, por exemplo, escreveu o primeiro livro 13 anos antes de chegar à Record, onde virou best-seller com As Parceiras, em 1980; Ana Miranda escreveu dois de poesias por editoras pequenas e ficou 10 anos retrabalhando o mesmo romance até enviar os originais de Boca do Inferno para a Companhia das Letras - foram mais de 200 mil exemplares desde 1989.

É claro, o caminho é bem mais rápido para quem não se dedica a outros trabalhos antes, como Lya, ou não se debruça tanto tempo sobre a mesma obra, como Ana. As duas, que estrearam em grande editora com 40 e 37 anos, respectivamente, estão acima da média de idade que os participantes da enquete tinham quando chegaram lá, 34 anos. Quase um quarto dos escritores (23%) conseguiu fechar um contrato no mesmo ano em que terminou de escrever o primeiro livro - apostas em iniciantes, como no caso dos autores editados por Paulo Pires, ajudam a engrossar esse número; prêmios literários e publicações anteriores de contos em periódicos e antologias também.

Mas um número parecido (20%) esperou mais de uma década desde as primeiras tentativas literárias até receber um convite de uma grande editora. Caso de gente como Affonso Romano de Sant'Anna (que esperou 22 anos até, aos 38, ter Poesia sobre Poesia publicado pela Imago), Cristovão Tezza (17 anos tendo obras recusadas até Traposair pela Brasiliense) e Marcelo Mirisola (15 anos escrevendo livros até ser convidado pela Record a lançar Joana a Contragosto).

Mas Mirisola, assim como Marcelino Freire e outros escritores, já era conhecido quando teve o romance editado pela maior editora do País. O reconhecimento chegou com Fátima Fez os Pés para Mostrar na Choperia, que a Estação Editorial, uma editora de médio porte, publicou em 1998. "No meu caso, não mudou nada", diz o paulistano sobre o título que saiu pela Record. Tanto que, depois disso, voltou para uma editora média, a 34, e em breve terá um infantil (a quatro mãos com Furio Lonza) pela Barcarolla.

Indicações

Só quatro dos 60 autores (Mirisola, Ana Miranda, João Almino e Tiago Melo Andrade) disseram que recomendações feitas por outros escritores ou pessoas próximas não facilitam o caminho para um iniciante. Tirando um ou outro que preferiu não emitir opinião a respeito, a grande maioria respondeu ao Sabático que a indicação abre portas, sim - mas todos ressalvaram que apenas permite aos manuscritos uma mãozinha para chegar logo ao topo da pilha de originais. Vinte e um dos autores disseram que escreveram a convite - está certo que boa parte deles já era algo conhecida por textos em antologias, periódicos ou editoras pequenas. Outros 38 afirmaram que enviaram originais; desses, 24 conheciam o editor ou tiveram a tal recomendação, e os 14 restantes afirmaram só ter oferecido os originais nas editoras. E uma única, dentre os 60, recorreu a um agente - Ana Maria Machado, publicada pela Francisco Alves, uma das grandes em 1983. "Nos EUA, é mais comum iniciantes contratarem agentes. Por aqui é raro o autor se arriscar a pagar um agente sem a certeza da publicação; isso só costuma acontecer quando eles já estão com carreira mais estabelecida", diz a editora Izabel Aleixo.

Por curiosidade, metade dos 38 autores que foram bem-sucedidos após enviar originais preferiram fazê-lo para uma só editora - uma espécie de ética que as casas publicadoras não exigem e que pode acabar sendo um problema para quem aspira ser editado. Luciana Villas Boas, diretora editorial da Record, por exemplo, diz que não vê mais originais em papel não solicitados. "Não há como. Se vem um e-mail, a gente até se situa. Se achar que a carta está bem feita e que existe um mínimo de potencial, vai para leitura. Recebo uns 25 emails por mês, sem falar nos que recebem todos os outros editores, e uma quantidade absurda de papel que não serve para nada."

Vivian Wyler, gerente editorial da Rocco, diz que passam de 150 os originais que chegam por mês à editora. A Rocco não veta os que chegam em papel, mas exige que todos venham gravados em CD - se o autor quiser mandar a impressão em anexo, fica por conta dele. "E, vou te dizer uma coisa, 98% dos livros. logo nas primeiras páginas, senão na carta de apresentação, você vê que não é um livro de verdade. Não falo nem de regras gramaticais, e sim de um mínimo de estilo, de consciência literária", diz Izabel Aleixo, ex-diretora editorial da Nova Fronteira, que acaba de assumir cargo na Paz e Terra. Isso faz com que bons livros se percam na montanha de aspirações literárias. E é aí que entra a recomendação. Não porque vá privilegiar alguém, mas porque permite a triagem.

Mas nem todos são adeptos da fidelidade. Elvira Vigna, ao terminar O Assassinato de Bebê Martê, abriu um catálogo do Snel (sindicato dos editores) e mandou uma cópia do romance a cada editora cujos nome reconheceu. Em menos de um mês, recebeu a resposta de uma das melhores do País, a Companhia das Letras. Nelson de Oliveira também mandou seus contos de estreia para cerca de 20 editoras, mas precisou esperar oito anos, ganhar um prêmio, o Casa de Las Americas, e ser recomendado por um dos jurados, Rubem Fonseca, para publicar pela mesma casa Naquela Época Tínhamos um Gato>. Hoje, voltou a publicar por pequenas editoras: "Não há mais muita diferença. Em geral, as pequenas se profissionalizaram." Ignácio de Loyola Brandão, que mandou cópias de seu Depois do Sol para 13 editoras, recebeu cartas padrões de quase todas e uma que não esqueceu, da Civilização Brasileira: "O autor escreve como quem mija." "Achei até que era elogio, mijar é um ato natural", conta. Acabou sendo publicado logo pela Brasiliense - e o editor Caio Graco, lembra Ignácio, aceitou a obra sem nem fazer reparos de edição.

Autores falam sobre o primeiro livro

"Já na Ateliê (de médio porte), com o Angu de Sangue, em 2000, minha vida literária mudou. Fui bastante resenhado, divulgado. Não sou desses que ficam com a bunda na cadeira, reclamando de editor"
Marcelino Freire

"As pessoas olham diferente para um livro da Companhia das Letras, por exemplo. Se fica mais fácil? Creio que sim. Mas não acho que no Brasil publicar seja problema. Isso é fácil. Difícil é vender"
Antonio Prata

"Aprendi que as pessoas não querem palpite nem sugestões, querem endosso e apadrinhamento. Qualquer restrição ou dica, por mínima que seja, é vista como ofensa e se ganha um desafeto"
Ana Maria Machado

"A passagem da Revan (de pequeno porte) para a Nova Fronteira não significou nada. Meu desempenho de público até piorou. Tanto que a Nova Fronteira não quis um segundo livro meu"
Alberto Mussa

"Aquele era o meu livro, era o livro possível, e se o editor fosse mais invasivo a obra não seria tão autêntica. Prefiro caminhar com as minhas próprias pernas e aprender com os meus próprios erros"
Adriana Lisboa

"A gente também passa a fazer outros trabalhos: textos de prosa e ficção para jornais, orelhas de livros, palestras. Para isso, é imprescindível ser publicado por uma grande editora, é evidente"
Cintia Moscovich

"Editoras grandes ajudam sobretudo em distribuição e divulgação, mas é precipitado dizer que necessariamente trazem mais público. Nada impede que isso seja alcançado em publicação independente"
Daniel Galera

"Quem leu (o primeiro livro que escrevi) achou péssimo e tive de concordar antes de enviar a qualquer editora. Mas todo livro é o primeiro. Já tive livros recusados depois de publicar o primeiro"
Bernardo Carvalho

"(A indicação) facilita o acesso à editora, mas não garante a publicação. É lenda achar que, por conhecer o autor ou ser amigo de alguém de seu círculo, o editor vai publicar o livro"
Cristovão Tezza

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Reforma revê direitos autorais

Por Tatiana de Mello Dias para o jornal O Estadão
O Ministério da Cultura (MinC) lança na segunda-feira a consulta pública que ajudará a definir o texto da reforma da Lei de Direitos Autorais. Foram vários adiamentos sucessivos e muita discussão – principalmente entre o MinC e as entidades de arrecadação privada. A consulta pública será totalmente online. “A ideia é debater aspectos mais ou menos nos moldes do Marco Civil da Internet”, explica Alfredo Manevy, secretário executivo do MinC.

“Eu acho que o processo demorou bastante, bem mais do que o previsto. Poderia ter sido concluído há um ano e meio”, critica Pablo Ortellado, professor da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai). O grupo participa da Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral, que reúne 20 organizações (como CTS-FGV, UNE e Idec) e pressiona o MinC a liberar o texto desde o ano passado.

Distração. O temor é que o debate perca força por causa da Copa do Mundo e das eleições. Além da pressão pela aprovação, o MinC também enfrentou resistência das entidades privadas contrárias à mudança. A Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus) diz, por exemplo, que a lei 9.610 é atual e precisa só de retoques.

A principal diferença é que a nova legislação prevê um espaço para uso amigável e também mais flexibilidade para os autores discutirem prazos e condições de cessão de direitos, além da criação de um Instituto Nacional de Direito Autoral responsável por regular a atuação das entidades privadas. Esse é o ponto mais criticado pelas entidades de arrecadação, que acusam o MinC de estatização. O Ministério prefere definir as mudanças como a “criação da figura de um ‘Estado indutor’”.

Por ser tão restritiva, a legislação anterior, a lei 9.610, de 1998, foi considerada pela ONG Consumers International como a sétima pior do mundo em termos de acesso à educação. Ao pé da letra, a atual LDA proíbe fotocopiar livros para fins educativos, copiar obras para fim de conservação e usar pequenos trechos para remix. A nova legislação deve criar mecanismos para legalizar esses três exemplos.

“A ideia é ter um mecanismo para os autores ficarem mais independentes”, diz Samuel Barrichello, coordenador-geral de regulação em direitos autorais do MinC. Além disso, “a proposta é que 50% do valor da obra vá para o autor”. O Instituto de Direito Autoral não determinará valores, mas definirá regras básicas de atuação das entidades de arrecadação. “É meio obrigatório existir gestão coletiva. Mas esses órgãos precisarão ser registrados no ministério.”

Acesso. A legislação não só deve proteger e garantir que o autor receba por sua criação mas também garantir que o público tenha acesso aos bens culturais – e é esse o ponto criticado pela Consumers International. O novo projeto de lei deverá prever uma série de exceções e limitações para que, por exemplo, seja permitido digitalizar um filme cujo diretor não seja mais localizável. E também regulamentará o remix, a possibilidade de uso de pequenos trechos da obra. “A ideia é criar flexibilidade para que se possa usar uma obra sem infringir os direitos autorais”, diz Barrichello.

Para Para Ortellado, a reforma da lei traz avanços importantes, mas poderia trazer mudanças mais ousadas – como a diminuição dos prazos de proteção (que continua a ser de 70 anos) e a regulação do compartilhamento na internet. “Poderíamos aproveitar essa janela de oportunidade”, sugere. “É preciso falar mais em trazer remuneração pela música na internet”, sugere o produtor Pena Schmidt, que, junto de Ortellado, também assina o manifesto pela mudança da LDA. “Não há porque criminalizar a fruição da nossa cultura. É preciso descobrir como cobrar e remunerar os direitos adequadamente, sem tratar os ouvintes e promotores como inimigos.”

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mais vencedores dos prêmios da ABL

Retirado do Caderno Prosa & Verso do Globo

A Academia Brasileira de Letras anunciou nesta quarta-feira os ganhadores do Prêmio ABL de 2010 nas categorias ficção, infantojuvenil, tradução e poesia. Na terça-feira a ABL já havia divulgado o nome do crítico literário Benedito Nunes como o vencedor do maior prêmio da casa, o Machado de Assis, dado pelo conjunto da obra.

O escritor carioca Rodrigo Lacerda venceu na categoria ficção (que engloba conto, romance, teatro) com o livro "Outra vida" (Alfaguara). Na categoria infantojuvenil o vencedor foi "Marginal à esquerda" (RHJ Livros), da escritora e ilustradora mineira Ângela Lago. Já o prêmio para tradução foi para as mãos do pernambucano Milton Lins, pelo livro “Pequenas traduções de grandes poetas”. Finalizando a lista, o livro “A máquina das mãos” (7Letras) deu ao maranhense Ronaldo Costa Fernandes o prêmio na categoria poesia.

A cerimônia de premiação acontecerá no Petit Trianon dia 20 de julho, no 113 aniversário da ABL. Cada um dos vencedores receberá, além do diploma, R$ 50 mil. Benedito Nunes receberá R$ 100 mil pelo Machado de Assis.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

LBF to host complementary business lounge at BEA

London Book Fair will have a complementary business lounge at this year's BookExpo America, with meeting areas, an internet cafe and will screen highlights of this year's London Book Fair.


Organisers said the lounge was to recognise those who could not attend April's fair because of the widespread disruption caused by the volcanic ash cloud. The lounge will be in the 4E Terrace off the Crystal Palace. The organisers will also have stand on the show floor for sales enquiries.

LBF will also launch its new Connect service at BEA, a social networking site that allows members to create profiles, search for visitors and exhibitors, communicate and arrange meetings.

Alistair Burtenshaw, group exhibition director of London Book Fair, said: "LBF 2010 was certainly memorable both for those who were there and those who couldn’t get there! It is our pleasure to be able to provide a corner of LBF and Britain in a sister fair here in New York.

"We are delighted to have the opportunity to meet with those who were grounded this year due to the volcanic ash and to bring a taste of The London Book Fair both through showcasing some of our seminars and events but also through the ever British medium of tea and cakes.

"This is just one of the ways we are thanking our customers for their support of us and also a fantastic opportunity to provide a networking forum just six weeks after The London Book Fair."

Extraído do Book Seller em 21/08/2010.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Dez mandamentos do agente

Retirado do site da PublishNews e escrito pela agente literária Marisa Moura

Na nossa primeira coluna falamos que o agente é “o profissional que percorre o mercado editorial captando autor, mapeia o editor, considera o distribuidor, é também um observador do livreiro e conversador tal qual um leitor. Sempre conectado a todos os movimentos de procura de livros nas áreas que atua: seja ficção, seja ensaio etc.” E ainda perguntamos: mas como o agente faz tudo isto? Hoje relacionamos dez principais mandamentos que o agente segue:


1. Administrar (vender e gerir) direitos autorais para qualquer forma de publicação, respeitando as leis de direitos autorais e preservando o respeito à obra no mercado.

Não considere seu agente apenas como um vendedor, estará perdendo grandes oportunidades que são resultado dessa parceria.

2. Transitar e desenvolver bons relacionamentos com o mercado. Criar boas parcerias entre editores e autores.

Seu agente deve saber quem é quem no mercado no qual você deseja publicar. Os agentes, cada um a seu modo, cultivam relações.

3. Informar, claramente, seus clientes de todo processo de administração.

Nem sempre o que um agente tem para lhe falar é o que você deseja ouvir. Mas saiba, nenhum agente desiste de defender seus clientes.

4. Conciliar todas as partes envolvidas nos contratos de publicação. Tornar-se um ponto de apoio para resolver desafios.

Manter uma excelente relação entre todos os envolvidos nos contratos é a principal meta de um agente. Incitar sempre boas parcerias em todas as áreas.

5. Planejar a administração das obras, visando a carreira do autor ou editora no mercado nacional ou internacional.

Na função de administrador, o agente procura o melhor espaço para seus clientes no mercado.

6. Orientar seus clientes a tomar decisões, baseado sempre em atualizadas pesquisas e informações sobre o mercado.

Saber dos riscos e das vantagens em cada decisão garante segurança para sua carreira.

7. Manter uma comunicação fácil, ágil e honesta com seus clientes.

Comunicar implica na boa vontade de duas pessoas, confira as possibilidades das partes.

8. Conhecer as ferramentas de texto para o tipo de obra que está prestando serviço, seja ficção ou não-ficção.

Basicamente, o agente é um leitor intenso de obras, de tendências, de informações. Alguns vão além, criam projetos, fazem o serviço de coach, participam ativamente do processo de criação do livro.

9. Saber como e porquê defender a administração de uma obra ou carreira. Em muitos casos, o agente, realmente, admira seus clientes e suas obras.

Com muitos ou poucos argumentos, o agente vai defender seus clientes e mais justificar a necessidade deles no mercado.

10.Acompanhar a carreira de seus clientes, sempre procurando explorar novas atividades.

Esse último mandamento é seguido a dois, se o cliente esconde seus feitos, pode estar desejando um detetive. Pense nisso.

Concluindo, sabemos que você pesquisou muito sobre esse profissional, leu tudo em português e inglês (língua na qual você vai encontrar muito mais informações disponíveis), certo? Pois bem, quando for fechar contrato, pondere com o agente tudo sobre o serviço. Se for o caso, relacione item a item e converse sobre o que inclui cada serviço que está sendo contratado.

Uma coisa que você, como autor, não deve se esquecer jamais é de que o agente literário age sobre algo concreto. Podem ser obras, informações, ideias, contratos, uma lista variada. Mas o único, o exclusivo fornecedor desse algo será sempre o autor. Sem ter uma comunicação aberta e honesta com o agente que escolher, o autor está aos poucos desfazendo o contrato, que pode ter sido muito difícil de conseguir.
Está aberta a inscrição do Prêmio SESC de Literatura 2010.

Autores estreantes têm até o dia 30 de setembro para inscrever seu romance ou livro de contos, inéditos. Lançada em 2003, a premiação tem o objetivo de revelar novos talentos e promover a literatura nacional. E o prêmio não poderia ser melhor: os vencedores nas duas categorias terão as obras editadas e distribuídas pela Record e participarão da programação literária das unidades do Sesc. Além disso, ganham 10% do valor de capa quando o livro for comercializado em livrarias. O Prêmio SESC é a porta de entrada para alguns bons escritores, que continuaram lançando livros depois da premiação. Entre eles, André de Leones, vencedor em 2005 com o romance Hoje está um dia morto, e Lucia Bettencourt, que ficou, também em 2005, com o primeiro lugar na categoria contos com A secretária de Borges. Outros bons exemplos são os de Wesley Peres (Casa entre vértebras, 2006) e Maurício de Almeida (Beijando dentes, 2007). A edição 2009 teve 667 inscrições, maior número desde sua criação. Confira o regulamento no site.